Reforma Tributária 08 de maio de 2025

Split Payment na Reforma Tributária: o que muda para as empresas?

A Reforma Tributária (em fase de regulamentação) traz diversas mudanças para o sistema de arrecadação no Brasil. Uma das propostas mais debatidas é a adoção do Split Payment na Reforma Tributária. Este modelo, que já é utilizado em alguns países da Europa, promete revolucionar a forma como os impostos são recolhidos nas transações comerciais.

Mas, afinal, como o Split Payment impacta as empresas brasileiras? O que muda em relação ao modelo atual? Neste artigo, explicamos tudo que você precisa saber sobre esse novo sistema de pagamento de impostos, os impactos no fluxo de caixa e como se preparar para essa transformação tributária.

O que é o Split Payment?

O Split Payment (pagamento fracionado) é um mecanismo que prevê o recolhimento automático de tributos no momento da transação comercial. Em vez de a empresa arrecadar o valor bruto e repassar posteriormente os impostos ao governo, o pagamento é dividido na origem: uma parte vai direto para o fornecedor, e outra, automaticamente, para o Fisco.

Na prática, o Split Payment está sendo desenvolvido para gerar o mínimo de interferência nas práticas comerciais e na forma de liquidação financeira dos diversos meios de pagamento do país.

Apesar dessa premissa de não impactar o dia a dia das transações, ele exigirá mudanças internas nas empresas — especialmente nos sistemas de gestão financeira e fiscal, pois afeta em cheio o fluxo de caixa das empresas.

A expectativa é que ele contribua diretamente para a solução de problemas históricos enfrentados em larga escala no país, como o uso de notas fiscais frias e a sonegação de impostos.

A base legal do Split Payment na Reforma Tributária

O conceito do Split Payment está sendo discutido no contexto da PEC 45/2019, que trata da unificação de tributos e da criação do IBS. Além disso, o PLP 68/2024, que regulamenta a CBS e o IBS, também aborda a possibilidade de pagamento automático dos tributos no momento da transação.

Esses textos legais continuam em debate, mas a tendência é que o Split Payment é uma realidade nos próximos anos — especialmente com o avanço da digitalização da economia e dos mecanismos de controle do Fisco.

Como funciona hoje e o que muda com o Split Payment?

Atualmente, o sistema tributário brasileiro exige que as empresas façam o recolhimento dos tributos de forma autônoma, com prazos específicos para pagamento. Esse modelo, embora tradicional, permite brechas para sonegação e exige alto controle e conformidade contábil.

Com o Split Payment na reforma tributária, essa responsabilidade deixa de ser da empresa e passa a ser automatizada pelo sistema. Veja uma comparação simples:

SituaçãoModelo atualSplit Payment
RecolhimentoFeito posteriormente pela empresaAutomático no momento da transação
Risco de erroAlto (depende de controle interno)Baixo (automatizado)
Sonegação fiscalPossível (por omissão ou erro)Reduzida (controle direto do Fisco)
Fluxo de caixaEmpresa usa o valor totalParte do valor vai direto para o governo

Quais são os impactos no fluxo de caixa?

Hoje, as empresas têm mais flexibilidade na gestão de tributos: ao adquirir um produto ou serviço, o valor total é pago ao fornecedor, e os impostos incidentes são creditados para compensações futuras, mesmo que o recolhimento ainda não tenha sido feito ao Fisco.

Vamos a um exemplo prático. Suponha que uma empresa compre um insumo no valor de R$ 8.000,00, com uma carga tributária de 25%. No modelo vigente:

  • Impostos a recuperar: R$ 2.000,00;
  • Valor real do estoque: R$ 6.000,00;
  • Pagamento ao fornecedor: R$ 8.000,00 (valor integral).

Nesse cenário, o fornecedor recebe o total da venda, e a empresa pode usar o crédito tributário obtido para abater tributos de operações futuras, mesmo sem ter efetuado o 

pagamento ao governo. Isso favorece o fluxo de caixa, dá fôlego financeiro e reduz a dependência de capital externo no curto prazo. No entanto, com a chegada do Split Payment, a lógica muda completamente.

Como será com o novo modelo:

  • Impostos a recuperar: R$ 2.000,00 (desde que efetivamente pagos ao Fisco);
  • Valor do estoque: R$ 6.000,00;
  • Repasse ao fornecedor: R$ 6.000,00;
  • Pagamento automático ao Fisco: R$ 2.000,00.

A diferença crucial está no fato de que, nesse novo modelo, o fornecedor não recebe mais o valor integral da venda. O sistema bancário ou o meio de pagamento utilizado fará automaticamente a divisão e a compensação do valor entre a empresa e o Fisco, no momento da liquidação da transação.

Essa automatização garante maior controle e transparência, mas traz novos desafios financeiros, principalmente para empresas que dependem da entrada integral para manter seu giro. 

Em alguns casos, pode ser necessário recorrer a crédito bancário para cobrir lacunas no caixa — algo que exige planejamento e atenção redobrada ao capital de giro. Por isso, entender e se adaptar a essa mudança é fundamental para preservar a saúde financeira da empresa.

Vantagens e desvantagens do Split Payment

Depois das explicações feitas nos tópicos anteriores, vamos a um breve resumo das vantagens e desvantagens do Split Payment.

Vantagens:

  • Redução da sonegação fiscal;
  • Maior transparência e controle para o governo;
  • Diminuição do risco de autuações por erro no recolhimento;
  • Estímulo à digitalização e automação dos processos fiscais.

Desvantagens:

  • Impacto no fluxo de caixa das empresas;
  • Necessidade de adaptação tecnológica nos sistemas internos;
  • Redução da flexibilidade financeira no curto prazo;
  • Dificuldade de planejamento para empresas que operam com regime de caixa.

Por que é essencial se planejar desde já?

Mesmo que o Split Payment ainda não esteja em vigor, a preparação prévia é fundamental para evitar impactos negativos no futuro. Empresas que se antecipam às mudanças na tributação conseguem adaptar seus sistemas, rever seus processos e manter a saúde financeira mesmo em cenários de transição.

O papel do Diagnóstico Tributário

Na Tax Advice, oferecemos soluções estratégicas para preparar sua empresa para o novo cenário tributário. Um dos principais serviços é o Diagnóstico Tributário, que permite identificar oportunidades, ajustar processos e se proteger contra contingências fiscais.

Como funciona o Diagnóstico Tributário?

  • Solicitação de documentos — o cliente disponibiliza acesso aos SPEDs Fiscal e Contribuições, resumo das folhas de pagamento e GFIPs dos últimos cinco anos, mediante assinatura de um Termo de Confidencialidade.
  • Análise profunda — os documentos são processados pelo nosso software e analisados por especialistas que identificam falhas, riscos e oportunidades de economia tributária.
  • Apresentação do diagnóstico — entregamos um relatório claro e fundamentado, apontando oportunidades de redução tributária ou eventuais riscos fiscais que precisam ser corrigidos com urgência.

São inúmeras as soluções que podemos oferecer à sua empresa — desde a escolha do regime tributário mais adequado, até ajustes na tributação da sua atividade para evitar problemas que podem comprometer sua operação.

Entendeu como funciona o Split Payment na reforma tributária? Entre em contato com a Tax Advice e agende um Diagnóstico Tributário completo. Este é o primeiro passo para se adaptar ao novo sistema de pagamento de impostos com segurança, estratégia e economia.

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